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  • Julio Cezar Gomes

Metodologia adotada na Fhemig ajuda a superar desafios da atenção hospitalar

Grupos de Diagnósticos Relacionados estão implantados na rede desde 2019 e contribuem ações e decisões gerenciais

Os Grupos de Diagnósticos Relacionados - metodologia DRG (Diagnosis Related Groups) - na Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) -, implantados na rede há pouco mais de dois anos, contribuem para consolidação e análise de informações assistenciais. Os dados coletados ajudam a fundação a subsidiar ações e a tomada de decisões gerenciais que refletem diretamente na melhoria dos processos e, consequentemente, na qualidade da assistência prestada aos usuários. A metodologia se baseia na interação do modelo de governança com uma base sólida de informações, ou seja, um banco de dados robusto, fidedigno, e que assegura benchmarking com outras instituições, tanto do SUS, Saúde Suplementar ou assistência privada, que tratam de pacientes de mesma complexidade, no nível nacional ou até mesmo internacional. A metodologia requer a mobilização de uma equipe capacitada, os analistas de informações em saúde, também reconhecidos como codificadores, que além de repassar as informações dos prontuários para o sistema, desenvolvem um trabalho de interpretação de toda a condição clínica do paciente e a assistência recebida na jornada hospitalar, até o desfecho. Atualmente, o projeto DRG está em andamento nos Complexos de Urgência (HJXXIII, HIJPII, HMAL); de Especialidades (HJK, HAC) e de Referência (MOV, HEM, HRAD, HRJP, HRB-JA). Artigos científicos Os primeiros resultados da metodologia mereceram destaque em dois artigos publicados pela Revista de Administração Hospitalar e Inovação em Saúde (RAHIS) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no início deste ano. Os artigos apresentam o processo de implantação da metodologia nos dez hospitais, e as iniciativas de controle de qualidade da codificação e do banco de dados, além dos benefícios imediatos da utilização da metodologia. Atualmente, 93% dos atendimentos realizados nos dez hospitais do projeto já foram codificados, com dados de 2020 e 2021. Em um exemplo citado, a análise realizada no início de 2021 identificou que 61,5% das oportunidades de melhoria de desempenho estavam relacionadas com excesso de permanência. Ou seja, para atender os pacientes, era consumido um tempo de internação maior do que a média. Por sua vez, 8,7% das oportunidades detectadas associam-se às condições adquiridas, que, se evitadas, assegurariam melhor qualidade, menores custos e redução da permanência. Durante o processo de aprimoramento do uso da metodologia, o empenho e a dedicação dos diretores e das coordenações hospitalares do DRG permitiram ganhos de eficiência da ordem de 11% a 12% em algumas linhas de cuidados, representando, na administração pública direta, um melhor aproveitamento dos recursos públicos aliado ao aumento de acesso da sociedade a esses recursos críticos, com garantia de processos auditáveis.

“Quando você mostra onde está o caminho para melhorar e quais são as falhas, os processos vão se ajustando com mais facilidade. Com isso, você possibilita um esforço mais bem dirigido para corrigir os problemas”, afirma Marco Aurélio Ângelo, coordenador médico DRG e um dos autores do artigo. Recorrendo ao exemplo citado, sobre a permanência de pacientes por tempo superior ao necessário para a conclusão de seu tratamento, a também autora e coordenadora DRG Bárbara Martins apresenta dois ganhos relevantes. “Primeiro para o próprio paciente, que fica na unidade pelo tempo oportuno. Na sequência, o benefício para a sociedade, pois possibilita ampliarmos o acesso da população ao se otimizar a disponibilidade de leitos para o SUS”, analisa. Com o amadurecimento dessa equipe de analistas da base de dados, a próxima etapa é intensificar a disseminação do DRG, permitindo que cada vez mais os gestores tenham à disposição informações mais precisas para a definição de diretrizes e acompanhamento de resultados.

Os artigos apresentados no 7º Fórum Científico da Fhemig, posteriormente aceitos para publicação, também têm como autores Cynthia Carolina Andrade, Priscilla Fernandes e Alisson Alves - enfermeiros analistas da Assessoria Técnica do DRG, servidores da Diretoria de Contratualização e Gestão da Informação (DCGI) da Fhemig.




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